quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Informe MS





Especialistas debatem ambiente saudável para enfrentamento da obesidade infantil 
Data de publicação: 13/11/2019

Mesa temática integrou programação XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno, no RJ 

O número mundial de crianças e adolescentes (de 5 a 19 anos) obesos aumentou dez vezes nas últimas quatro décadas, de acordo com o estudo liderado pelo Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tal cenário é resultado, entre outros fatores, do ambiente em que a criança cresce e se desenvolve.

Nesse contexto, uma das mesas de discussão do XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno (ENAM), realizado entre os dias 12 e 15 de novembro no Rio de Janeiro, abordou a importância de seguir recomendações de entidades internacionais sobre o ambiente saudável e seu impacto na obesidade infantil.

A coordenadora-Geral de Alimentação e Nutrição no Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, foi moderadora do debate promovido na tarde desta quarta-feira (13). “A proposta da mesa é discutir algumas medidas que têm sido tratadas mundialmente, com recomendações da OMS e da OPAS, da Unicef. Elas destacam que são os ambientes onde as crianças estão que influenciam o quadro de obesidade infantil”, explicou a doutora em Nutrição Social.

Entre os debatedores, Ana Paula Bortoletto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), fez uma fala sobre o papel da sociedade civil na prevenção do sobrepeso e obesidade em crianças. “A taxação de bebidas adoçadas promove ambientes alimentares mais saudáveis, assim como a regulação da publicidade para crianças e o aprimoramento da rotulagem nutricional, medidas que contribuem para a redução do excesso de peso”, aconselhou a nutricionista.

O assessor regional de Nutrição e Atividade Física da OPAS, Fábio Gomes, disse que outros países estão buscando formas para o enfrentamento à obesidade infantil. Uma delas, é fazer uso da legislação local a favor da população. “Vários países na América Latina já modificaram rótulos de alimentos para oferecer informações mais claras e advertências sobre consumo e para regular a publicidade, em especial dentro das escolas, destacou. No Brasil, resolução recente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) caracterizou a propaganda abusiva para alimentos infantis”, ilustrou aos presentes.

A mesa ainda contou com a participação de Jaime Delgado Zegarra, do Instituto de Consumo Universidad San Martins de Porres no Peru, que trouxe contribuições com destaque para as ações legislativas e judiciais que protegem a saúde e melhoram a nutrição em crianças na América Latina, e Fabiola Figueiredo Nejar, da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network - IBFAN, enquanto relatora do debate.