quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Informe MS




Coronavírus: Ministério da Saúde pedirá a atualização de planos de contingência aos estados

Data de publicação: 28/01/2020

Boletim epidemiológico reforça a importância da assistência de Atenção Primária na identificação precoce de pacientes suspeitos

boletim epidemiológico do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (COE-nCoV) publicado nesta terça-feira (28), destacou que profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) devem estar mais atentos durante o acolhimento, quando podem ser identificados precocemente os casos suspeitos.
  • Pacientes identificados como suspeitos na triagem devem utilizar máscara cirúrgica até sua chegada ao local de isolamento, que deve ocorrer o mais rápido possível;
  • Qualquer pessoa que entrar em contato com o caso suspeito deve utilizar EPI (preferencial máscara n95, nas exposições por um tempo mais prolongado e procedimentos que gerem aerolização; eventualmente máscara cirúrgica em exposições eventuais de baixo risco; protetor ocular ou protetor de face; luvas; capote/avental);
  • Lavar as mãos, respeitando os cinco momentos de higienização (consultar tópico – Informações detalhadas);
  • A provisão de todos os insumos, como sabão líquido, álcool gel e EPI, devem ser reforçados pela instituição, bem como higienizantes para o ambiente;
  • Alguns casos confirmados ou suspeitos para o novo coronavírus podem não necessitar de hospitalização, podendo ser acompanhados em domicílio. Porém, é necessário avaliar cada caso, levando em consideração se o ambiente residencial é adequado e se o paciente é capaz de seguir as medidas de precaução recomendadas pela equipe de saúde.
Os casos graves devem ser encaminhados a um hospital de referência para isolamento e tratamento; os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e medidas de precaução domiciliar devem ser instituídas.
Com o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade. A recomendação faz parte das diretrizes publicadas no novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, atualizado nesta terça-feira (28), com informações para vigilância e assistência da rede pública de saúde. Com quase três mil casos confirmados, segundo o último boletim da OMS, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença. Com isso, as pessoas vindas dessa localidade nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser consideradas casos suspeitos.
Em coletiva de imprensa realizada em Brasília (DF), ainda na manhã de terça-feira (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a orientação da pasta para que as pessoas tenham precaução na hora de viajar. Além disso, ele também ressaltou que o Brasil está preparado para prestar a melhor assistência necessária para a população. “Temos um sistema de vigilância robusto, reconhecidamente robusto, que já passou por três momentos de muita intensidade: SARS, influenza e zika. Em todas as ocasiões, nosso sistema de saúde respondeu muito bem”, destacou. 
O Brasil tem capacidade para aplicar teste genético para a confirmação do novo coronavírus. O diagnóstico laboratorial específico para a doença inclui técnicas de detecção do genoma viral, e, no Brasil, os testes serão feitos por laboratórios de referência do Ministério da Saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), o Instituto Adolfo Lutz e o Instituto Evandro Chagas (IEC). Para subsidiar os profissionais de saúde, o boletim epidemiológico traz, ainda, orientações em todas as áreas de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), além de deixar clara a definição de casos suspeitos, prováveis, confirmados e descartados.
Comitê de Operações de Emergência (COE)
No dia 22 de janeiro, o Ministério da Saúde ativou o Comitê de Operações de Emergência (COE), com objetivo de preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil. Diante dos casos do novo coronavírus na China, o Ministério da Saúde monitora diariamente a situação junto à OMS, que acompanha o assunto desde as primeiras notificações de casos em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019. O COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde pública. Além do Ministério da Saúde, compõem o grupo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos. Dessa forma, o país poderá responder de forma unificada e imediata à entrada do vírus em território brasileiro.
Ações complementares
O Ministério da Saúde também solicitou a atualização de planos de contingência aos estados, que têm sete dias para alterar os protocolos e medidas de prevenção, de acordo com a realidade local. A implementação de plano de contingência permite a atuação conjunta do Ministério da Saúde, estados e municípios, em situações de epidemias e desastres que demandem a ação urgente de medidas de prevenção, com protocolos e procedimentos específicos. O objetivo é conter situações de risco à saúde pública.


Com informações da Agência Saúde.