quarta-feira, 16 de março de 2022

Informe MS




Endometriose: uma a cada 10 mulheres sofre com os sintomas

Data de publicação: 15/03/2022


Doença atingiu mais de 26 mil brasileiras no ano passado. Oferta de exames preventivos e tratamento para a doença estão disponíveis no SUS


Silenciosa e dolorosa, a endometriose pode causar sérias dificuldades na vida de uma mulher, se não diagnosticada e tratada. A estimativa é de que uma a cada 10 mulheres sofra com os sintomas da doença e desconheça a sua existência. Em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), e oito mil internações registradas na rede pública de saúde. Por isso, o Ministério da Saúde chama a atenção para o problema e informa os serviços direcionados para a mulher na Atenção Primária à Saúde.

O exame ginecológico é o primeiro passo para a identificação da doença, em especial o exame de toque, fundamental no diagnóstico em casos endometriose profunda. Exames laboratoriais também devem ser solicitados para a confirmação do caso clínico.

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) ofertam o atendimento para evitar o agravamento da doença e, caso haja a necessidade de cirurgia, a paciente é encaminhada para um hospital. Os tratamentos para a endometriose podem variar caso a caso, a partir da idade da paciente, no caso de já ter filhos ou não e de acordo com a amplitude da doença.

De acordo com Edmund Baracat, médico ginecologista e obstetra, professor universitário e Pró-Reitor de Graduação da Universidade de São Paulo (USP), a endometriose é mais comum entre as fases da vida da mulher onde existem os ciclos menstruais. “A endometriose é muito frequente no período reprodutivo, desde a adolescência até a transição para a menopausa e um dos sintomas que a mulher pode apresentar é a cólica intensa durante a menstruação. Na endometriose, essa cólica menstrual é constante e progressiva, ela vai aumentando de intensidade e geralmente começa mais tardiamente.”

Outros sintomas que também podem ser sinais de alerta para a doença são:

  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
  • Dificuldade de engravidar.

A infertilidade também está presente em muitos casos de mulheres com endometriose. “Quanto mais tempo se leva para um diagnóstico, mais a endometriose vai se disseminando no interior do abdome, podendo levar a infertilidade por alterações anatômicas, obstrução das trompas, alteração na ovulação. Por isso, o ideal é a detecção e o tratamento precoce”, destacou Baracat.

Saiba mais

A endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do endométrio - tecido que reveste o útero - que, em vez de serem expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a causar sangramentos.

Segundo o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) e o Sistema de Informação Hospitalar (SIH), no SUS:

  • Em 2019 foram registrados 24.560 atendimentos ambulatoriais para pacientes com endometriose e realizadas 11.989 internações na rede hospitalar;
  • Em 2020, esses dados foram de 19.858 atendimentos e 7.202 internações