segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Informe MS



APS do futuro: conheça as novas perspectivas para a Atenção Primária do SUS

Data de publicação: 25/02/2023


Combate às iniquidades, inovação e integração foram alguns pontos levantados pelo secretário da pasta, Nésio Fernandes, e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta sexta (24)


Foto: Murilo Caldas/MS

A Atenção Primária à Saúde (APS) é, preferencialmente, o local onde ocorre o primeiro contato do cidadão com o Sistema Único de Saúde (SUS), além de ser o nível de cuidado que ordena toda a rede pública. Para aperfeiçoar esse trabalho e os serviços oferecidos aos usuários, a nova gestão federal apresentou, nesta sexta-feira (24), o conceito de “APS do Futuro”, com perspectivas que guiarão a Atenção Primária nos próximos anos.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou da mesa de abertura do 1º Fórum 90/90 da APS do Futuro e destacou o trabalho prévio da equipe de transição para identificar os principais “desafios do presente”, que permitem essa nova construção coletiva. “Juntos, de fato, seremos mais fortes e daremos a resposta que a sociedade espera de nós”, disse durante o evento, que contou com a presença de mais de 400 trabalhadores da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) da pasta, em Brasília (DF).

Para o secretário da Saps, Nésio Fernandes, “a APS do futuro será aquela em que empregada e empregadora façam pré-natal na mesma unidade”, afirmou, lembrando que a equidade no acesso está diretamente ligada à qualidade na oferta de saúde – que envolve aumento de recursos humanos, capilaridade, eficiência e diminuição de filas, entre outras necessidades que motivam brasileiros a procurar os serviços privados. “O SUS precisa ser um espaço onde as pessoas sintam segurança de ter o seu cuidado na dimensão assistencial”, explicou.

O evento contou com mesas de debates com a participação do diretor de programas e secretário substituto da Saps, Felipe Proenço; o coordenador de Atenção Básica do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Antonio Alves do Sousa; o secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Jurandir Frutoso; a assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Marcela Alvarenga; a diretora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, Fabiana Damásio; e o secretário executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.

Durante o 1º Fórum 90/90 da APS do Futuro, também foram apresentados os novos diretores da Saps: Marcos Pedrosa (Departamento de Gestão do Cuidado Integral); Andrey Lemos (Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde); Ana Luíza Caldas (Departamento de Saúde da Família e Comunidade); e Luciana Maciel (Departamento de Apoio à Gestão da APS). 

Confira alguns pontos abordados durante o fórum:

  • Investimento e qualificação

Para oferecer saúde de qualidade a toda a população, é necessário investir em diversas frentes. Por isso, o secretário de Atenção Primária anunciou o credenciamento de equipes e serviços na APS para as próximas semanas, além de novas contratações na gestão federal – especificamente na Saps.

  • Integração e transversalidade

Os participantes ressaltaram a necessidade do trabalho conjunto entre o Ministério da Saúde e entidades parceiras, bem como entre as secretarias do Ministério, já que todas as pautas da saúde são transversais. A ministra citou como exemplo o cuidado com as crianças indígenas na crise Yanomami, em que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e a Saps fizeram um trabalho conjunto de nutrição, ofertando uma “fórmula alimentar combinada com um alimento natural e bem aceito pelas crianças Yanomami, que é o açaí”. Para ela, esse tipo de articulação interdisciplinar serve de exemplo para as ações futuras.

  • Inovação

A APS do futuro também será digital, com o uso de tecnologias adequadas para as necessidades de cada grupo populacional, para que ninguém fique de fora – e isso só será possível com um forte trabalho interfederativo. “Nós precisamos reconhecer os municípios como parte de um ecossistema de inovação, de desenvolvimento de ciência e tecnologia, de protagonismo”, acrescentou Nésio Fernandes.

  • Participação social

Alguns participantes lembraram da importância de reconstruir o papel do controle social no SUS, a começar pela Atenção Primária. “A APS vai ser potente a partir do momento em que o cidadão participe das decisões”, afirmou o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Adriano Massuda, que participou de uma das mesas
 
Próximos passos

Ao longo do ano, a Saps vai se aprofundar nas temáticas e apresentar mais soluções para aprimorar a Atenção Primária brasileira. O fórum sobre a APS do futuro será realizado a cada 90 dias para avaliar o andamento dos indicadores, projetos e ações. Além de todas as áreas técnicas da secretaria, a iniciativa conta com a presença de instituições parceiros.

Nucom/Saps/MS