Data de publicação: 20/03/2019
Coordenação Geral de Saúde Bucal reforça a importância da promoção da saúde da boca
Ao falar de saúde bucal, a primeira coisa que vem a cabeça é o cuidado com os dentes. No entanto, é preciso ressaltar a importância do direito à saúde bucal em sua plenitude e das políticas públicas voltadas para sua consolidação, bem como da importância desse profissional na promoção de saúde de toda população. Em 20 de março é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal, com o objetivo de orientar a população sobre os problemas bucais e de mobilizar a odontologia nacional a partir de ações que pretendem diminuir os índices de cárie, doenças periodontais e perda dos dentes.
Para a Coordenação Geral de Saúde Bucal, essa é mais uma data para incentivarmos os profissionais de saúde bucal a se engajarem na luta pela melhoria da saúde bucal da população, que acaba tendo reflexo na saúde integral e na qualidade de vida da sociedade.
O atendimento bucal, no SUS, começa na Atenção Básica e é realizado pelas equipes de Saúde Bucal, que integram as equipes da estratégia Saúde da Família. O primeiro passo a ser dado por quem precisa de atendimento bucal é buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. O SUS conta ainda co m 302 Unidades Odontológicas Móveis, sendo que destas, 33 são Unidades Odontológicas Móveis (UOM) nos Distritos Sanitários Indígenas (DSEI) e 7 são Unidades Odontológicas Móveis (UOM) em Consultórios na Rua (CnaR). Esses serviços permitem ampliar o acesso de saúde bucal a populações específicas e vulneráveis.
As equipes de Saúde Bucal podem ser compostas por: cirurgião-dentista; técnico ou auxiliar em saúde bucal ou pelo cirurgião-dentista; e técnico em saúde bucal mais auxiliar ou técnico em saúde bucal. Toda equipe é responsável por um território que, em geral, concentra de 3 mil a 4 mil pessoas. As equipes, que atuam na Atenção Básica, são responsáveis por realizar minimamente, ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde, buscando resolver pelo menos 80% das demandas apresentadas pelos cidadãos.
Atualmente são 26.655 Equipes de Saúde Bucal (eSB) na Estratégia Saúde da Família (ESF), presentes em 5.043 municípios brasileiros. Desta forma, cerca de 90,53% dos municípios do país têm, ao menos, uma das principais linhas de ação da Política Nacional de Saúde Bucal.
A partir da avaliação inicial do dentista, o paciente pode ser encaminhado à atenção especializada, nos CEO. Essas unidades especializadas realizam serviços de diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca; periodontia especializada; cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; endodontia; e atendimento a portadores de necessidades especiais. Hoje são 1.121 CEO em todo o país que ofertaram 2.818.443 procedimentos no ano de 2018. Nos Centros de Especialidades Odontológicas que atendem especificamente pessoas com deficiência foram registrados 942.109 procedimentos.
Além disso, o Programa Brasil Sorridente oferta o serviço de reabilitação protética por meio dos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária. Em 2018 foram realizados pelo SUS 702.929 procedimentos de próteses dentárias.
Confira
Saiba Mais
Problemas mais comuns
- Cárie: desintegração do dente provocada pela higiene inadequada, consumo de alimentos com açúcar, como doces, guloseimas, refrigerantes, dentre outros ou, ainda, por complicações de outras doenças que diminuem a quantidade de saliva na boca. (Ex.: pessoas em tratamento quimioterápico ou radioterápico para o câncer).
- Lesões bucais e aftas: inchaços, manchas ou feridas na boca, língua ou lábios; podem ser provocadas por herpes labial, candidíase (sapinho) e próteses (dentaduras) mal ajustadas.
- Mau hálito: tem várias causas, dentre elas: higiene bucal inadequada (falta de escovação adequada e falta do uso do fio dental); gengivite; ingestão de certos alimentos como, alho ou cebola; tabaco e produtos alcoólicos; boca seca (causada por certos medicamentos, por distúrbios e por menor produção de saliva durante o sono); doenças sistêmicas como câncer, diabetes, problemas com o fígado e rins.
- Gengivite: inflamação da gengiva provocada pela placa bacteriana.
- Placa dental: é o conjunto de micro-organismos que coloniza a cavidade bucal. A placa dental fixa-se principalmente nas regiões de difícil limpeza, como a região entre a gengiva e os dentes ou a superfície dos dentes de trás, provocando cáries e/ou formação de tártaro.
- Tártaro: é o endurecimento da placa dental na superfície dos dentes.
- Câncer de boca: crescimento desordenado (maligno) de células que pode ocorre principalmente em pessoas que fumam, bebem ou que tenham HPV. O principal grupo de risco são as pessoas que fumam e bebem (efeito potencializado).
Prevenção de problemas bucais:
- eliminação da placa dental por meio de escovação adequada e do uso do fio dental regularmente;
- limpeza da língua, utilizando a própria escova um raspador para tirar a saburra lingual (placa bacteriana sobre a língua de aspecto amarelado);
- consumo moderado do açúcar evitando seu consumo excessivo;
- utilização adequada do flúor, como o encontrado em pastas de dente;
- evitar o uso de próteses mal ajustadas;
- evitar o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas;
- ir ao dentista regularmente.
Brasil Sorridente
O programa representa um marco na mudança da atenção em saúde bucal. Trouxe avanços na melhoria da organização do sistema de saúde, sendo balizado em um modelo com três importantes princípios: universalidade, integralidade e equidade. Lançada em 2004, a Política Nacional de Saúde Bucal é resultado de importantes momentos de diálogo e construção coletiva. Após três Conferências Nacionais sob o tema, usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços de saúde debateram suas diretrizes e propuseram a criação de mecanismos de ampliação do acesso. Atualmente, a Coordenação-Geral de Saúde Bucal integra o Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde e possui orçamento específico para a realização de suas ações.
As principais linhas de ação do programa são a reorganização da atenção básica em saúde bucal (principalmente com a implantação das eSB na ESF), a ampliação e qualificação da atenção especializada (especialmente com a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas CEO e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias) e a viabilização da adição de flúor nas estações de tratamento de águas de abastecimento público. Também, o Brasil Sorridente articula outras ações intra e interministeriais.