1º Encontro de Educação Continuada da Saps
Data de publicação: 30/08/2019
O evento faz parte da agenda de comunicação interna da Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Mudanças no Modelo de Atenção à Saúde e financiamento foram discutidos no 1º Encontro de Educação Continuada realizado na sexta-feira (30). Para esse evento, o convidado foi o estudioso de sistemas de saúde de todo o mundo Eugênio Vilaça Mendes, pesquisador e autor de livros que tratam da necessidade de promover mudanças tanto no modelo de atenção à saúde quanto nos modelos de gestão e de financiamento do sistema.
O secretário Erno Harzheim falou da proposta da agenda de educação continuada para os profissionais da Saps. “O Encontro de Educação Continuada será mensal e com diversos convidados. Esse é mais um movimento para integrar os departamentos”, ao se referir aos departamentos de Saúde da Família, de Ações Programáticas e Estratégicas e de Promoção da Saúde.
O representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Jurandir Frutuoso, participou do evento e falou da recente estruturação do Ministério da Saúde. “É motivo de muito prazer ver a criação da Saps, ainda mais porque sou um defensor do SUS”.
Ao iniciar a palestra, Eugênio Vilaça agradeceu o convite feito pelo secretário da Saps. Destacou que “o sistema de saúde é singular, tem leis e princípios muito próprios. As evidências apontam que o SUS, além de ser uma das maiores políticas públicas do Brasil, melhorou a vida de muitos brasileiros”.
Com 50 anos de serviço em saúde pública, Vilaça disse com propriedade: “o nosso problema estratégico é ganhar mais usuários”. Para ele, as principais mazelas da saúde devem ser resolvidas com a devida reorganização do SUS em Redes de Atenção à Saúde (RAS) coordenadas pela Atenção Primária à Saúde (APS).
Análise do SUS
Durante a palestra, o convidado pontuou que o SUS tem três grandes problemas estruturantes: no plano da organização macroeconômica, a segmentação conduz ao dilema entre a universalização e a divisão; no plano da organização microeconômica, a fragmentação do sistema e seu modelo de gestão; e, no plano econômico, o seu subfinanciamento.
Vilaça reafirmou que o SUS, como sistema dinâmico, precisa incorporar novos processos organizativos que permitam sua modelagem às transições epidemiológicas, demográficas, econômicas e sociais que permeiam a população brasileira. Como reflexão final, disse que “o SUS não é um problema sem solução, mas uma solução com problema”.
Confira as diferenças entre os sistemas fragmentados e as redes de atenção à saúde apresentadas pelo palestrante:
Assista ao 1º Encontro de Educação Continuada aqui
Fotos do evento aqui
Confira algumas obras de Eugênio Vilaça
O livro traz subsídios e evidências de que as Redes de Atenção são o melhor arranjo para superar esses desafios e integrar os sistemas de saúde.
A Atenção Primária à Saúde que se quer construir socialmente é uma estratégia complexa, altamente resolutiva, com capacidade de coordenar as Redes de Atenção à Saúde e com responsabilidades claras, sanitárias e econômicas, por sua população adstrita. O livro apresenta o modelo operacional dessa construção, cuja aplicação em algumas experiências nacionais tem apresentado resultados positivos.
O livro foi lançado no contexto do Laboratório de Inovações sobre atenção às condições crônicas desenvolvido pela Opas/OMS Brasil e Conass, como uma importante contribuição teórica e empírica.